Capítulo 9 - Perseguidores Invisíveis
Participantes deste capítulo
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Gúbio
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Instrutor.
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Desencarnado
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Elói
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Amigo de André Luiz.
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Desencarnado
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André Luiz
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Estudante.
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Desencarnado
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Sérgio
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Obsessor.
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Desencarnado
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Saldanha
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Hipnotizador e Chefe do grupo de
obsessores.
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Desencarnado
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Margarida
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Vítima de obsessão de Gregório e
mais 60 obsessores.
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Encarnado
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Gabriel
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Marido de Margarida.
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Encarnado
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A obsessão de Margarida e observações na Missa Católica
Pela manhã, André Luiz, Elói e Gúbio se encaminharam ao prédio, belo e nobre, de alto padrão, onde morava Margarida e o seu esposo. Foram recebidos por Sérgio, um integrante do grupo de espíritos obsessores de Margarida. Como receberam uma senha de Gregório, Sérgio os encaminhou até Saldanha, o hipnotizador e diretor daquele grupo de obsessores.
Saldanha recebeu Gúbio, André Luiz e Elói no quarto onde Margarida estava acamada e onde aguardava o esposo. Margarida era uma moça ainda, mas apresentava extrema palidez nas linhas nobres do seu semblante digno, mas se entregava a tormentosa meditação.
André Luiz compreendeu que naquele instante estariam adentrando a intimidade de Margarida, que era obsidiada por todo aquele grupo de espíritos.
Dois dos obsessores, desencarnados, de aspecto horripilante e assustador, chegaram próximos ao busto de Margarida para submetê-la a complicada operação magnética. André, forçando a visão espiritual, pode observar que existiam dezenas de corpos ovoides de cor de chumbo e de vários tamanhos que se assemelhavam a sementes ligados diretamente ao cérebro de Margarida, através de fios sutilíssimos dispostos diretamente na medula alongada.
Margarida então estava presa, não somente a falange de 60 obsessores além de Saldanha, como também a dezenas de ovoides que foram ligados ao seu corpo perispiritual. Uma obra de obsessão meticulosa e cruel.
André Luiz já havia observado casos violentos de obsessões, mas causados por paixões fulminantes. O caso ali, era algo extremamente e meticulosamente organizado.
As formas inconscientes, os ovoides já haviam sido trazidos do plano astral inferior por hipnotizadores para que fossem acopladas ao corpo perispiritual de Margarida.
André Luiz verificou que todos os centros metabólicos estavam controlados. A pressão sanguínea demorava-se sob o comando dos perseguidores. Margarida inalava também substâncias escuras que lhe pesavam nos pulmões e também afetavam as células do corpo, fibras conjuntivas, afetando a epiderme.
Os ovoides se alimentavam das energias de Margarida e a vampirizavam incessantemente.
Devido a operação de infiltração, realizada pelo trio, o momento não permitia maiores explicações, mas André concluiu que o sistema nervoso central era o alvo dos obsessores, de forma a destruir as células nervosas.
Margarida, estava exausta e amargurada. Ela tinha alucinações pois estava com as vias do cerebelo e os nervos óticos manipulados pelos hipnotizadores.
André Luiz sentiu o impulso de aplicar passes confortadores a enferma, mas não podia devido a missão em que estavam. Seu instrutor, Gúbio, mantinha-se sereno pois não podia arriscar a missão. Gúbio olhou bondosamente para Saldanha, o diretor daquela falange. Saldanha por sua vez, foi atingido pelas vibrações bondosas de Gúbio e sentiu que devia informar que estavam há dez dias administrando aqueles métodos e que nada mais havia de ser feito e que no decorrer de poucos dias a enferma iria morrer. Gúbio perguntou então sobre o marido de Margarida.
Saldanha falou que o marido era um “gozador da vida” que foi promovido a “homem sério” apenas pelo casamento com Margarida. Não tinha responsabilidade. Filhos? Seria um desconforto e um passatempo. Estavam aguardando-o pois hoje ele levaria a esposa a igreja para assistir a missa.
O esposo logo chegou e cuidou de Margarida, a vestiu e a tratou bem e em seguida a levou de táxi até a missa. A visão era assustadora. Todos os obsessores estavam no carro, presos aos para-lamas, no teto do carro, em todos os locais. Gritavam feito loucos.
Quando chegaram ao santuário, André Luiz observou um estranho espetáculo. Muita gritaria do lado dos desencarnados, onde a população era cinco vezes maior que a população de encarnados. No santuário haviam cerca de 800 pessoas que lá foram assistir à missa. A maior parte dos desencarnados que frequentavam aquele santuário queriam apenas iludir e perturbar.
Saldanha estava muito preocupado com suas vítimas e não dispensou atenção a Gúbio, André Luiz e Elói. Gúbio, por sua vez se afastou intencionalmente deles para dar alguns esclarecimentos a André Luiz e a Elói sobre o que se passava naquele santuário.
Como já foi dito a gritaria dos desencarnados era ensurdecedora e a atmosfera pesava. Os fluídos do ambiente dividiam-se, sendo na parte superior eram cristalinos, e na parte inferior lembravam um azeite impuro.
André perguntou a Gúbio, sobre as imagens que estavam ali e que representavam a Paternidade Celeste e que feriam o segundo mandamento trazido por Moisés ao que de pronto Gúbio respondeu que sim, adorar imagens não era necessário, pois devemos ter Deus em nosso interior, e que entanto, as crianças precisam de bibelôs a fim de se prepararem para responsabilidades da vida madura.
André observou a multidão bem vestida, que em sua grande maioria estava ali por estar. Não estavam interessados em uma reforma interior. Apresentaram em seus halos, a cor pardo-escura, e um cinza carregado. Em algumas pessoas, a cor rubro-negro, que transparecia a cólera vingativa. Os desencarnados apresentavam as mesmas caraterísticas. A missa se deu início e o sacerdote e seus assistentes, para surpresa de André, apresentava-se em sombras ao invés de luz. Entretanto, fez se visível a visão espiritual de André, três representantes do bem, espíritos de luz que ficaram próximos a mesa onde o sacerdote estava e passaram a fluidificar as hóstias e que agora estavam repletas de luz, estas mesmas, que momentos após seriam entregues aos fiéis que assistiam a missa.
André reparou, pelo halo de muitas pessoas, que muitas se esforçavam por melhorar os pensamentos, mas, ao serem atingidos diretamente pelos espíritos desencarnados perturbadores, presentes em massa aquela missa, logo os presentes desviavam o pensamento do bem e perdiam o interesse.
“Em verdade, a missa é um ato religioso tão venerável quanto qualquer outro em que os corações procuram identificar-se com a Proteção Divina; no entanto, raro são aqueles que trazem até aqui o espírito efetivamente inclinado à assimilação do auxílio celestial. E para a formação de semelhante clima interior, cada crente, além do serviço de purificação dos sentimentos, necessitará também combater a influência dispersiva e perturbadora que procede dos companheiros desencarnados que lhe buscam arrefecer o fervor. ”
A missa prosseguia e imensa luminosidade envolvia o sacrário, mas para surpresa de André, o sacerdote, ao erguer o cálice sagrado, apagou toda a luz com a sua sombra que o envolvia.
Alguns momentos após quando foi distribuir a hóstia para 11 pessoas, a mesma hóstia que foi fluidificada e que estava completamente iluminada em um tom prateado, ao entregar a cada uma das pessoas, a hóstia se enegrecia por completo, não causando nenhum efeito.
Apenas em uma senhora, que quando a recebeu, André pode observar a hóstia descendo pela faringe e iluminando-a. Pareciam foco de fluídos luminescentes.
Gúbio explicou a André que o pão espiritual só se recebe, por quem, interiormente já se esforçou por sublimar-se. A pessoa que vai ali apenas por ir, onde sua mente e seu coração ali não estão, nada sente, nada recebe, pois, a mente da pessoa que não deseja melhorar-se está longe do altar.
A missa finalizou e os três retornaram, junto com o grupo de obsessores de Margarida, para o lar de Margarida e do esposo.

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