Libertação - Resumo do Capítulo 13


Capítulo 13 - Convocação Familiar

Participantes deste capítulo
Gúbio
Instrutor.
Desencarnado
Elói
Amigo de André Luiz.
Desencarnado
André Luiz
Estudante.
Desencarnado
Saldanha
Hipnotizador e Chefe do grupo de obsessores.
Desencarnado
Jorge
Filho de Saldanha
Encarnado
Alencar
Irmão de Margarida
Encarnado
Lia
Filha de Jorge e Irene
Encarnado

Desdobramento do corpo físico e reunião para reajuste

Gúbio, André, Elói e Saldanha retornaram a casa de Margarida. Já era noite. Saldanha agora tinha enorme respeito por Gúbio. O instrutor Gúbio, agora com muito mais liberdade para agir, informou a Saldanha, que abordaria o juiz, pai de Margarida, através do desdobramento pelo sono, durante a madrugada e teria com ele conversação a respeito do caso de Jorge.

O juiz enfrentava dificuldades para dormir, devido a várias entidades espirituais que frequentavam o ambiente daquela casa, que estavam revoltadas com o juiz por decisões que ele mesmo tomou em casos de diferentes vítimas, no passado. 

Quando chegaram a casa, se depararam com Alencar, o irmão de Margarida que estava afetado pela bebida. Foi direto ao quarto de Lia, a filha de Jorge que trabalhava como empregada na casa do juiz. Tentava assediá-la. Mas não conseguiu pois encontrou a porta trancada do quarto onde Lia estava. Saldanha comentou sobre sua preocupação com Gúbio, que aquilo o angustiava e que era questão de tempo até Alencar conseguir o seu intento. A ajuda se fazia urgente.

A certa altura da madrugada, o juiz estava deitado, meditando, mas sua mente estava inquieta. Com a permissão de Gúbio, André colocou sua mão direita em sua fronte para ouvir-lhe seu íntimo. Pensava em sua vida, no que tinha conseguido até então. Em termos materiais, tudo. Mas e em relação aos seus julgamentos? Teriam sido corretos? Não teria, por ventura alguma vez violado a sua própria consciência em troca de favores materiais? Não teria sido ele hipócrita em várias de suas decisões? Teria sido ele totalmente honesto? Teria agido em favor de circunstâncias políticas, favores políticos ou realmente exercido o direito de justiça de cada um? Teria tirado injustamente o direito de alguém? De que lhe valia aquilo tudo que havia conseguido? Estas indagações e outras perturbavam sua consciência. Enfim, ele tinha dúvidas e se sentia exausto e seus olhos estavam úmidos de lágrimas. André então tirou a mão direita de sua fronte.

Gúbio colocou a mão sobre a fronte do juiz de modo a que ele tivesse uma forte intuição sobre a conversa que se daria a seguir. Pensamentos surgiram-lhe a mente, de um caso antigo do passado, o caso de Jorge. Perguntava-se por quais razões tinha incriminado o rapaz, porque teria acolhido a filha dele em sua residência? Não seria para acalmar sua consciência por ter sido injusto com ele? Não conseguia encontrar razões.

Gúbio então indicou a André e a Elói para ir buscar, no sanatório, Jorge, e trazê-lo, desdobrado até o local onde se encontravam, pois travariam uma conversa, este seria o momento da ajuda, enfim ao filho de Saldanha, para trazer a situação à normalidade.

André e Elói retornaram com Jorge, já desdobrado. Ali agora se encontravam o juiz, Jorge e Lia, a filha de Jorge. André reparou que a lucidez de cada um variava de acordo com o grau de despertamento era diferente para cada um. O juiz foi o primeiro a despertar, Lia foi a segunda e Jorge, por estar mais debilitado foi o terceiro. Todos já estavam despertos, frente-a-frente, junto dos benfeitores Gúbio, André e Elói, além de Saldanha.

Grande conversação se deu entre Gúbio e o juiz. Gúbio falava com o juiz sobre o caso de Jorge, sobre o que ele havia feito, das decisões que havia tomado, injustamente. Trazia-o aos poucos ao chamado da consciência, fazendo questionamentos ao juiz, questionando a própria consciência do juiz. Após longa conversação, Gúbio com argumentos convincentes e por meio da razão, trouxe o juiz a luz da razão e solicitou a ele facilitar a revisão do processo de Jorge. Teria forte intuição quando retornasse ao corpo físico ao acordar. 

O juiz, mesmo após os argumentos oferecidos, perguntou a Gúbio, se Jorge era mesmo inocente ao que Gúbio prontamente respondeu que ninguém sofre mais do que o necessário e que lhe explicaria os fatos.

Gúbio então afirmou, que sobre o delito em questão desta vida, Jorge era sim, inocente, mas que os olhos humanos, normalmente não veem o todo e muitas vezes as existências pregressas são levadas em questão, sem eles o saberem. Gúbio ainda informou que várias entidades, que não perdoaram o juiz, por decisões errôneas o cobravam, mas que este não era o caso de Jorge que havia sido trazido ali por eles. E que o juiz não se iludisse em relação as cobranças que lhe eram ou seriam feitas no futuro por seres que prejudicou.

Gúbio, após pausa, voltou a falar informando ao juiz, que havia obtido informações sobre a sua vida pretérita onde no passado, onde era dono de várias terras e de dezenas de escravos que agora, em sua grande maioria, trabalhavam para ele junto aos órgãos funcionais e que ele deve a todos eles, assistência, carinho, auxílio e compreensão. Porém que nem todos eles, estão na mesma esfera de relacionamentos. Alguns são afetos mais próximos. Jorge de hoje foi escravo de ontem, que teria nascido quase que na mesma casa que ele e que embora escravo na lei dos homens, era irmão, nas leis de Deus, embora sendo cuidado por outra mãe. Nunca o perdoou por ter se aproximado tanto de sua casa. Quando vocês ambos, já eram adultos, teu filho de hoje, Alencar, e também de ontem violentou a filha de Jorge, também de ontem e de hoje, Lia. Após isto, o senhor, aplicou medidas condenáveis, cruéis que deixaram Jorge semilouco e desesperado. Jorge então assassinou seu filho e então se suicidou. Aqui se encontram novamente, tempos após, todos vocês, para reajustamento de contas. Gúbio então tornou a incentivar o juiz para que tivesse bom ânimo. Já havia acolhido Lia, em sua casa. Em breve Alencar iria se unir a Lia pelo matrimônio e Jorge estaria livre do sanatório e teria sua pena revista, pelo juiz, estaria enfim livre. O juiz estava emocionado com toda aquela situação, que lhe tocara no íntimo. Ao acordar teria ele a forte intuição e oportunidade de agir da forma correta, de acordo com a justiça e a sua consciência.

Vê se aqui, que a lei de causa e efeito atua sobre a vida atual e as pretéritas.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Postagens populares