Capítulo 19 - Precioso entendimento
Participantes do capítulo
Matilde
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Benfeitora, mãe de Gregório em
outras eras.
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Desencarnado
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Margarida
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Esposa de Gabriel
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Encarnado
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Gúbio
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Instrutor.
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Desencarnado
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Elói
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Amigo de André Luiz.
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Desencarnado
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André Luiz
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Estudante e narrador dos fatos.
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Desencarnado
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Saldanha
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Ex-Chefe do grupo de
obsessores, agora modificado.
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Desencarnado
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Leôncio
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Ex-Hipnotizador de Margarida
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Desencarnado
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Matilde recebe Margarida no Plano Espiritual
Após o término da palestra, Matilde, acreditando ter levado a todos os presentes os ensinamentos que desejava explanar, solicitou a Elói que fosse buscar Margarida, no corpo físico e trazê-la, através do desdobramento para aquele recinto.
Passaram alguns minutos e logo Margarida estava presente no local. Não estava totalmente consciente de sua situação. Parecia uma sonâmbula e, automaticamente foi para os braços de Matilde. Aos poucos, parecia ir recobrando a lucidez.
Processo de despertamento de Margarida
Matilde aplicou passes magnéticos na região do cérebro, em condutores nervosos que afetavam a região do pensamento, em toda a região do simpático. O instrutor de André explicou que o ser humano encarnado em seu estado natural está em um constante estado de hipnose profunda, espécie de anestesia temporária, de baixa vibração, em sintonia com planos inferiores, com o objetivo único de evolução, redenção e aprimoramento, no espaço e no tempo.
Margarida expeliu pelo tórax e pelas mãos fluídos cinzento-escuros, espécie de vapores sutis, o que foi observado por André como um fenômeno de metabolismo na organização perispirítica. Toda esta ação foi chamada de “operação de limpeza” e após concluída, toda a zona do sistema endócrino estava iluminada por radiações diamantinas.
Do peito de Matilde, saiam ondas luminosas que atingiam Margarida. Agora mais lúcida, Margarida se assustou ao ver Gúbio, André, Eloi e demais presentes.
A missão de Margarida estava apenas começando
Margarida muito emocionada perguntou a mãe porque ela a havia abandonado. Matilde disse que nunca a abandonou, que sempre esteve com ela, próxima a ela. Margarida se sentia cansada, infeliz, não tinha forças para continuar, queria ficar ali, no plano espiritual, junto da mãe, dizia que até o seu casamento havia fracassado, pois estava muito doente e fraca, ela estava sem esperanças.
Matilde enxugou-lhe as lágrimas e explicou a ela que sua missão estava apenas começando. Que a experiência física na Terra não é fácil e que todos temos um passado de débitos a ressarcir e que exige uma grande capacidade de renúncia. Que é necessário que em nosso coração, tenhamos boa vontade e entendimento. Que somos diamantes brutos a sermos lapidados devido a erros milenares e que esta lapidação é por muitas vezes dolorosa. Que a dor, os obstáculos, os conflitos, são formas abençoadas de melhoria que agem em nosso favor. Pediu a ela para modificar-se interiormente em relação a adversários, já que o inimigo nem sempre é uma consciência que age deliberadamente no mal e que por muitas vezes se sente incompreendido, assim como nós mesmos nos sentimos várias vezes. Utilizou também como comparação, nós mesmos, que de certa forma, somos adversários dos anjos, no atual estágio de evolução em que nos encontramos e ainda assim, os anjos, não nos abandonaram e tem paciência conosco, não nos condenam e ajudam-nos a identificar nossos problemas.
Margarida, ali, no plano espiritual, tinha mais consciência de sua situação e do processo que havia passado, de obsessão. Afirmou que naquele momento tudo era bom, pois estava ali, ao lado dela, mas que quando retornasse ao corpo, seus tormentos voltariam e ela não lembraria do que havia sido dito ali.
Matilde disse a ela que esse era o desafio sim que ela iria ter ao retornar ao corpo, porém ela recomendou que Margarida procurasse ocupar o seu tempo, com trabalho, evitando maus pensamentos, ocupações inúteis ou seja, em harmonia. Que quando retornasse ela poderia escolher direcionar o seu pensamento para cima ou para abaixo. Que não sentisse desânimo, que não se iludisse com coisas fúteis. A vida, para todos que triunfam, é áspera, é serviço, é movimento e ascensão. Que não se iludisse quanto a isso. Que muitos suam e sangram em silêncio, sem reclamar. Que não tem a chance que ela tem na vida, que não tem lar, que não tem por vezes com o que se alimentar.
Margarida pedia orientação sobre como caminhar e Matilde lhe disse, prefira ajudar, amparar, compreender, desculpar, dar, buscar a aprovação da própria consciência, agir corretamente, não procurar estar em evidência diante de outros, desconfiar de palavras lisonjeiras ou fantasiosas que possam a inclinar a dureza de coração, de dar alegria aos outros, e ter na memória que a experiência na carne é breve, é de aprendizado.
“O egoísmo conseguirá criar um oásis, mas nunca edificar um continente. ”
Procurar pensar mais nos outros, ver a dor dos outros.
Margarida, emocionada pedia forças a Deus.
Matilde então apresentou Gúbio, André e Elói como que por amigos próximos a ela.
Todos estavam muito emocionados, às lágrimas. Uma palestra foi feita e a onda de lágrimas que atingia a todos desapareceu.
Matilde precisaria ausentar-se em breve, porém antes explicou que o bem não age despropositadamente, e que o objetivo único ali não era o de consolá-la. Que o bem, não tem necessidade de mostrar forças, mas sim, de educar e que o tempo era precioso. Em poucos anos Matilde voltaria a carne, reencarnaria e sua mãe seria agora... Margarida. Margarida não sabia o que dizer. Não entendia porque um ser de tanta luz iria encarnar e ser filha dela.
Matilde explicou que ela não devia ter a incompreensão quanto a lei do trabalho, que a reencarnação nem sempre é um processo regenerativo, mesmo que na maioria das vezes seja um processo corretivo de educação para espíritos renitentes no erro. E que é indispensável buscar as pérolas perdidas no imenso oceano para que a vida no paraíso não seja vazia ao olhar dos que lá estão. Seria uma reencarnação missionária. E ela pediu a Margarida, que quando fosse exercer o papel de mãe, que não a mimasse, que a educasse corretamente, de forma robusta e vigilante, pois todos estão sujeitos a lei do esquecimento. Ela pediu a Margarida que a socorresse quando fosse sua filha, para que ela pudesse retribuir em momento oportuno.
Matilde precisava ir, seu tempo para aquela conversação havia terminado. Dirigiu frases de reconforto à filha e lhe aplicou passes magnéticos, reajustando-lhe os centros perispirísticos, e solicitou com carinho a Elói que a retornasse ao corpo físico.
Na definitiva despedia, pediu a filha que se afastasse de sentimentos negativos, não esquecer de tudo o que pode fazer, pelo seu lar, para aprender a renunciar, em questões pequenas, não comprometer o êxito espiritual que ela poderá ter. E confiar no divino poder.
Se abraçaram e se despediram para um breve reencontro...
Matilde então conversou rapidamente com Gúbio a respeito dos próximos acontecimentos, já previamente planejados que se dariam nas próximas horas.
Em seguida, agradeceu com extrema gentileza e carinho, André e Elói e em seguida se ausentou, temporariamente.
Gúbio, retomou os trabalhos e solicitou a quatro companheiros que ficassem de guarda no lar de Gabriel e Margarida. Em seguida, eles partiriam a planos mais altos, com escala nos “campos de saída”, próximos a esfera carnal.

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