Capítulo 8 - Inesperada Intercessão
Participantes deste capítulo
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Gúbio
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Instrutor.
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Desencarnado
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Elói
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Amigo de André Luiz.
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Desencarnado
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André Luiz
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Estudante.
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Desencarnado
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Gregório
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Sacerdote.
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Desencarnado
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Timão
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Servidor de Gregório.
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Desencarnado
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Negociando com o Sacerdote Gregório e sabendo da existência dos Dragões
André Luiz, Elói e Gúbio foram recebidos pelo Sacerdote Gregório em um edifício de enormes proporções. Foram encaminhados até um salão que se assemelhava a um santuário. O santuário era iluminado por tochas. Dois nobres, vestidos de forma extravagante manejavam vasos de maneira a manusear substâncias perfumadas, como se fossem incensários. Sacerdote Gregório, estava sentado em um trono dourado e 12 pessoas estavam ao redor do trono atentas a um mínimo gesto dele. Cerca de 100 pessoas estavam presentes no santuário, fazendo reverência a Gregório, que vestia uma túnica de cor escarlate.
Gregório então solicitou que todos saíssem do santuário a exceção de Gúbio, André Luiz e Elói. Pediu que os três aproximassem para que pudessem então conversar a sós, já que a conversa seria de caráter sigiloso. E informou:
“Sou um juiz aqui. Jamais faltam com a verdade aqui. Sofrerão as consequências caso faltem com a verdade. Serão severamente punidos! ”
Gúbio se prontificou a falar com Gregório, já que a conversação exigiria uma maior experiência no trato com uma inteligência singular como aquela.
Gregório perguntou novamente quem os trouxera ali. Gúbio tornou a informar que sua mãe de outras encarnações, Matilde é a benfeitora que solicitou esta aventura.
Gregório, estava com semblante sombrio e angustiado, ao ouvir o nome de sua mãe. Havia se separado dela há muito tempo, quando decidiu trilhar caminho diferente de sua mãe na evolução. Sua mãe seguia o Cordeiro, o Cristo, enquanto que Gregório seguia a política dos Dragões.
André Luiz, se perguntou... quem seriam os Dragões ? Mas aquela hora não era o momento certo para esta explanação.
Gúbio falou a Gregório, dizendo que cada espírito segue sua rota, seu caminho evolutivo, porém Gregório interpretou esta afirmação como uma crítica aos Dragões e falou a Gúbio, que sem eles, do que seria a ordem na Terra? Como seriam julgados os mais diversos crimes, cometidos pelas pessoas, quando encarnadas? Quem teria coragem de fazer o trabalho duro de punir aquelas almas que quando em vida, assassinaram, enganaram, traíram, ludibriaram, enfim, cometeram os mais diversos tipos de atrocidades com os seus semelhantes? Quem? Os espíritos superiores não faziam este tipo de trabalho, já os espíritos que ali estavam tinham esta função. Era a Justiça Divina entrando em ação através de mãos como a de Gregório e seu tribunal.
Gúbio concordou, afirmando que não tinha e nem podia julgar, pois ele mesmo era um ser em evolução e sabia que no reino de Deus, tudo e todos são aproveitados.
Gregório, irritado continuou informando que no planeta Terra há milhões e milhões de seres que simplesmente não querem evoluir, são completos alienados que não querem auxílio nem libertação, são transviados morais. E continuou informando que são transviados que se vigiarão mutuamente uns aos outros. Continuou informando que os tribunais terrestres são insuficientes na identificação de todos os delitos que ocorrem o que é verdade. E que eles têm meios de identificar tudo. Ali nada escapa.
Gúbio, sem se alterar, mantinha-se calmo e sereno e observou e questionou Gregório referente ao amor, que quando instalado nos corações, não redime os pecados? Que a bondade, é a vitória final de todos nós, nos redimindo para o Pai supremo? Que se gastássemos junto ao Cordeiro, as mesmas energias que se gastam aos Dragões, não alcançaríamos resultado mais rapidamente, já que a intenção do tribunal é reajustar e julgar adequadamente cada um dos culpados?
Gregório ficou mais irritado e afirmou... como plantar amor em corações ressequidos? Jesus mesmo disse... “não jogar pérolas aos porcos! ”. E ainda afirmou que os Dragões são os seres que conservam o mundo físico da total desordem que se instalaria caso, de um dia para o outro o amor conquistasse a Terra, pois de forma simples e fácil, estas consciências de lobos e leões, panteras e tigres (... uma analogia que esses milhares de almas guardam com estas feras...) o que seria dos céus se eles não vigiassem os infernos?
Gúbio, mantinha a serenidade e explicou que se socorressem todos os miseráveis, a miséria deixaria de existir, se educassem os ignorantes, a treva não teria razão de existir...oferecendo estímulos à luta regeneradora na Terra.
Gregório se irritou ainda mais e afirmou que poderia puni-los ali mesmo.
Gúbio, afirmou que sim, que sabia disso, mas que quando aceitaram aquela “aventura”, sabiam que o poder maior, que vem de Deus estaria olhando a tudo e a todos e que confiavam, acima de tudo nesta força, que a tudo rege. E o amor os inspira, acima de tudo, e vem deste mesmo Poder soberano, que permite a Gregório aplicar a justiça.
Gregório se surpreendeu com a coragem de Gúbio, que continuou afirmando que sua mãe Matilde sabia que a nobreza de caráter de Gregório ainda não se havia perdido e que ele era respeitável.
Gregório se acalmou, mas disse não acreditar nas palavras de Gúbio em relação a sua mãe. Pediu que finalizasse, pois não dispunha de tempo para conversas inúteis.
Gúbio então continuou informando que sua mãe Matilde, jamais se esqueceria de Margarida, que era ameaçada de loucura e morte, na atual encarnação.
O semblante de Gregório alterou-se, ficou inquieto, duro, e se pudesse fulminaria todos eles. Mas conteve-se.
Gúbio continuou afirmando que Margarida, uma alma muito querida por Gregório, pois haviam vivido em outras eras juntos, e, atualmente, no corpo físico, e agora já casada, tinha esperanças de ser mãe de modo a ressarcir passado culposo. Gúbio ainda afirmou que sabia que Gregório tinha armado um plano para arquitetar a morte de Margarida e não o julgava e nem o reprovava, pois sabia das razões de Gregório e também pois Gúbio sabe que nada era, e que não o julgaria, mesmo se o Senhor conferisse algum encargo representativo, somente após ter vivido a própria tragédia que sucedeu a Gregório, sentindo as próprias dores. Gúbio então afirmou que Margarida, ainda permanecia ligada a Gregório, pelo amor e pelo ódio e que por essas ligações, inevitavelmente ela estava ligada a mente de Gregório onde algum dia, se reencontrariam e estariam face a face. Ainda assim, a existência atual de Margarida visava um esforço salvador, de redenção, pois havia se casado com um antigo associado de luta evolutiva que também não era estranho ao coração de Gregório e que naquele lar, benfeitores devotados organizarão um ministério de trabalho evolutivo. Gúbio pedia então, que libertasse Margarida da perseguição que movia quanto a ela.
Passados alguns instantes, Gregório, pensativo, afirmou que Gúbio conhecia bem como funcionava a Justiça, mas disse que não libertaria Margarida, pois quem conhece a justiça, como ele, não conhece o perdão. E ali não havia perdão. Ali a lei que vigora é a lei do “olho por olho e dente por dente”. Gregório pediu então, que Gúbio desse mais razões para que pudesse liberar Margarida dos planos de morte que seriam executados.
Gúbio, pediu ajuda a Gregório... falando que quem sabe até ele não poderia voltar aos braços dela, pela reencarnação... como um filho...
Gregório, fortemente irritado, afirmou que absolutamente não, não voltaria a carne!
Gúbio então pediu a Gregório, um adiamento da sentença, em tempo, e pediu que tivessem liberdade de agirem a favor dela, para que ela tivesse a chance de mostrar que mudou interiormente. Não pediu a Gregório a inocência da sentença, pois sabia que Margarida era culpada e isto não era justo, mas pediu um adiamento. E ainda informou que quem assume compromissos é obrigado a cumpri-los, de uma forma ou de outra.
Gregório, pensativo... falou a Gúbio que ainda tinha a questão do alimento psíquico, que provinha de Margarida. E que esta questão não estava resolvida.
Gúbio tornou a falar e propor que este alimento psíquico viesse de Matilde... mas Gregório não acreditou e não aceitou, informando que era muito tarde... para Margarida.
Gúbio perguntou porquê...
Gregório afirmou... o caso de Margarida está definitivamente entregue a uma falange de 60 servidores de meu serviço e sob a chefia de duro perseguidor que odeia a família dela. E ainda informou que a morte a teria chegado a cerca de poucas horas, mas que não queria que ela retornasse assim, ao plano espiritual, desta maneira, pois voltaria como vítima e não lhe teria utilidade nenhuma. O que ele deseja é que ela seja torturada como torturou Gregório em outras épocas e que após atingir a redenção por sofrimentos dilacerantes, tenha Gregório como o seu benfeitor, amoroso e providencial, como vem esperando há anos.
Gúbio, então, sugeriu a Gregório que como último recurso, então, eles se misturassem a falange dos 60 espíritos obsessores de Margarida e sem desrespeitar as regras já estabelecidas e a autoridade de Gregório, eles estabeleceriam a execução do programa que os levou até ali...
Gregório não acreditava que aquilo daria em algum resultado bom, enfim cedeu. Os três se juntariam a falange de Gregório. A campainha tocou, e Timão, um dos servidores de Gregório apareceu. Solicitou a ficha do caso de Margarida e Timão lhe informou que o plano estava quase completo. Margarida estava no plano físico prestes a ser internada.
Gregório solicitou a Timão que incluísse Gúbio, André Luiz e Elói junto a falange de espíritos obsessores de Margarida.


